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O cantor e compositor brasileiro Madu, com sede em Portugal, lançou esta semana o solteiro não me entenda malagora disponível em todas as plataformas digitais. Som marcado pelas raízes do nordeste do Brasil, a nova faixa mergulha no dilema da partida e traduz musicalmente o processo íntimo daqueles que precisam romper com o que não é mais adequado – mesmo que custe dor e despedida.
“A carta tem um duplo significado. Fala sobre deixar um lugar ou relacionamento que não inclui mais quem é. Mas também reconhece que sair não é simples”, explica Madu apresentando o tema. A música, de acordo com o artista, é quase um pedido de entendimento diante de uma escolha difícil, mas urgente: não se abandonar para continuar pertencente a algo que a limita.
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O arranjo é liderado por percussões impressionantes, violão, baixo e pife, destacando a voz do artista e uma segunda voz que acompanha o caminho emocional da música. “A música traz o sentimento de caminho, galopando, enquanto se cruza seus medos e segue em busca de liberdade”, diz o cantor.
Vermelho e inverno
Acompanhando o lançamento, a música ganha um vídeo gravado no Parque Da Bela Vista, em Lisboa, em uma tarde de inverno. O cenário natural reforça a metáfora da libertação visual. No filme, Madu usa vermelho – cor que se refere ao visceral e à paixão – em contraste com o verde da paisagem. Ao longo do vídeo, o tecido de pescoço de um artista representa os laços do passado. Nos momentos finais, o pano está solto e deixado para trás, simbolizando o fim de um ciclo.
Com Não me interpretem mal, Madu reafirma sua identidade artística, que une o lirismo pessoal com os sons da cultura do nordeste, presentes tanto na musicalidade quanto na poética. A pista sucede a outras obras do artista e consolida sua rota em solo português, onde ganhou espaço na cena independente com sua voz notável e composições sensíveis.
Ao provocar reflexões sobre os limites impostos por relacionamentos e espaços, Madu oferece ao público um convite à coragem: seguir em frente, mesmo quando dói, pode ser a maneira mais honesta de se redescobrir.