Nas alegações finais, que ocorreram nesta tarde no Tribunal de Évora, o promotor do deputado considerou que “não há dúvida” que o réu de 44 anos cometeu os crimes que ele é acusado e perguntou “uma penalidade não inferior a 20 anos de prisão”.
O advogado de defesa, António Simões, começou aludindo à versão dada pelo réu no tribunal, observando que o proprietário terá se aproximado do suposto assassino em seu quarto e pressionado a deixar a habitação, apontando para ele uma arma.
“A conduta do réu faz parte da autodefesa”, pois foi uma reação a “medo de ver uma arma apontada”, argumentou o zagueiro, em relação ao crime de homicídio qualificado, um dos três pelos quais ele foi pronunciado.
António Simões argumentou que “se não for absolvida, é por simples homicídio”, porque entende, entre outras razões, que o réu não torturou ou causou sofrimento atroz à vítima ou premeditou o crime.
Em relação aos outros dois crimes, a profanação do cadáver e a detenção de uma arma proibida, o advogado admitiu que o réu os cometeu.
Como o promotor de MP, o advogado da esposa da vítima, António Cuco, defendeu uma “penalidade longa e eficaz” para o réu.
De manhã, no início do julgamento, o réu, que está sob custódia, alegou que o proprietário entrou na sala que ele havia alugado e o pressionou a deixar a habitação, por pagar rendas tardias, apontando para ele uma arma.
Diante do coletivo do juiz que está julgando o caso, o suposto assassino disse que uma briga entre eles foi iniciada, tendo atirado, terminando o proprietário por cair inanimamente no chão, sem que o réu seja capaz de explicar os motivos.
No final da sessão, o presidente do coletivo marcou a leitura do julgamento para o dia 17 deste mês, às 13:45.
Paralelamente, há um pedido de compensação civil pela esposa da vítima, totalizando 60 mil euros.
De acordo com a ordem de acusação, à qual Lusa teve acesso, o assassinato ocorreu em 15 de julho de 2024, dentro de uma casa de propriedade da vítima e em que um dos quartos foi arrendado ao suposto assassino no centro histórico de Évora.
Naquele dia, é referido na promotoria, o proprietário mudou-se para a casa para alertar o inquilino sobre o não pagamento da renda e o avisá-lo de descuido com a limpeza e manutenção da propriedade.
Desparedado com a conversa, o réu colocou as mãos na boca e no nariz e ao redor do pescoço do proprietário e apertou até que a vítima parar de respirar e cair inanimamente no chão, descreve o deputado, que aponta para a asfixia como a causa da morte.
De acordo com a promotoria, o réu comprou com um cartão multibanco da vítima três rolos de filme aderente, com o qual envolveu o corpo, junto com um lençol e um edredom, colocando -o debaixo de uma cama, na sala ao lado da que ele ocupava.
O corpo da vítima mortal, um professor aposentado, cerca de 70 anos, foi encontrado em um estado avançado de decomposição em 2 de agosto de 2024, a fonte de Lusa da Polícia Judicial (PJ) foi revelada à detenção do suspeito, no meio daquele mês.
O réu foi preso em 18 de agosto de 2024, nos arredores de Évora e, de acordo com a promotoria, tinha em sua inauguração uma pistola e munição, embora não fosse uma licença de uso e posse de armas.