O Conselho Soberano, o mais alto órgão executivo do Sudão, do qual o líder do exército sudanês Abdel Fattah al-Burhan também é presidente, disse que o secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitou uma “trégua humanitária de uma semana na moda”.
“Esse pedido foi aceito pelo Presidente do Conselho Soberano, que enfatizou a importância de implementar as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU”, dizia a declaração, que não especifica se a proposta também foi transmitida aos paramilitares.
Até agora, as Forças de Apoio Fast (RSF) não comentaram o pedido de Guterres, informou a agência de EFE.
Al-Fashion, capital do estado de Darfur do Norte, é o último bastião do exército sudanês e suas forças locais aliadas na vasta região oeste de Darfur e é cercado pelo RSF desde maio de 2024.
O bloqueio e ataques constantes à infraestrutura civil levaram a uma viagem em massa de pessoas em Al-Fashion, que foram forçadas a fugir para outras partes da cidade, incapazes de sair devido a luta.
A ajuda humanitária também não está chegando às mesmas razões, e uma caravana das Nações Unidas carregada com alimentos e produtos básicos foi atacada no início deste mês a caminho da cidade, destacando a crise urgente nesse local estratégico.
Após o apelo de Guterres, o governador de Darfur, Minni Arko Minawi, recebeu a proposta de redes sociais “para fornecer ajuda humanitária”, ao mesmo tempo em que confirmava o “compromisso total e incondicional” do governo sudaneso a esta trégua.
Ele também impôs como condição de que o RSF cessasse “suas táticas traiçoeiras, como as que ocorreram no campo de deslocamentos internos de Zamzam (tirados por paramilitares), bem como os retiradas e assassinatos que visavam um trem da ONU” no início deste mês.
O conflito eclodiu em 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas foram mortas e cerca de 13 milhões foram forçadas a fugir de suas casas, tornando o país o cenário da pior crise de viagens e a maior catástrofe humanitária do mundo, de acordo com a ONU.