Quando a escritora brasileira Mariana Salomão Carrara estava fazendo a pesquisa para quem foi seu primeiro livro editado em Portugal, Não foi Sílabas de sábadopelo qual ele recebeu o Prêmio São Paulo de Melhor Literatura de Romance em 2022, ele leu uma notícia sobre a BBC Brasil sobre uma série de suicídios que estavam acontecendo entre os fumantes no Rio Grande do Sul, no Brasil.
Mais tarde, ele investigou ainda mais sobre o envenenamento de pessoas que trabalham em plantações de tabaco e depressão química que podem estar associadas a essa alta taxa de suicídios e foi aí que ele começou a imaginar a família do romance A árvore mais sozinha do mundo: Carlos e Guerlinda, que trabalham em uma plantação de tabaco, e seus três filhos Alice, Maria e Pedro.
O escritor nascido em São Paulo em 1986 e também é advogado, será o convidado da próxima reunião de leituras, em 12 de agosto, às 22:00 em Lisboa (18h em Brasília), onde ele discutirá A árvore mais sozinha do mundo Publicado no Brasil em 2024, no entanto, que deixou em Portugal em abril passado por Companhia Das Letras. A sessão do Clube de Reading Público e a revista brasileira Quatro cinco Isso acontece na plataforma Zoom, como sempre, e está aberto a todos que desejam participar. O ID é 821 6606 8914 e ACCESS Senha 088951. Aqui está o link.
Mariana Salomão Carrara “retrata a realidade devastadora e lentamente mortal das plantações de tabaco do sul”, como escreveu Anna Virginia Baloussier no recebimento de Quatro cincoe a família que o escritor “forja” para seu romance é “uma história fictícia que ela ouviu ao visitar pequenos jardins de gaúchos”. Este trabalho tem “como cenário, a angústia de estar à mercê não apenas do clima da natureza, mas também da falta de escrúpulos dos grandes compradores de tabaco. E a vida que acontece nesse meio tempo”.
Uma das particularidades de A árvore mais sozinha do mundoque também será publicado na França, Itália e Estados Unidos, que descrevem a vida desses agricultores do romance são objetos, uma espécie de “espiões domésticos”, como o autor os chama para manter a primeira pessoa na narrativa, mas não queria ser cedida com uma primeira pessoa humana, como ele explicou em uma entrevista a Entrensa, TV Cultura.
“Eles sabem muito sobre amor. Foi melhor saber menos, então acabaram comigo logo. Eles acham que sabem mais do que eu. Meus enormes galhos grossos avançam na casa, minha sombra é o melhor de todo o terreno. No tronco mais baixo me pregou por muitos anos esse balanço”. Assim começa a narrativa que é contada pela árvore, que ao longo do dia espia os seres humanos, mas também por um espelho português que nos dá o ambiente doméstico, um caminhão rural e até uma peça de roupa usada no trabalho.
Isabel Coutinho, o jornalista responsável pelo site do público dedicado a livros, leituras e Paulo Werneck, diretor da revista Quatro cinco, um, Eles apresentam a reunião de leituras, destinadas aos leitores da língua portuguesa, na qual há romances, ensaios, memórias, literatura de viagens e obras de jornalismo literário na presença de um escritor, editor ou especialista em convidados. Os melhores momentos são então publicados em podcast Reunião de leitura.