“Há um trabalho que está sendo feito (…) para mapear quantas crianças estão nessa situação de perda de evidências e onde estão, porque então teremos que nos submeter a uma avaliação, para não perder o ano letivo”, disse Rachid Suále, chefe do Departamento Pedagógico de Cabo Delgado, ao chefe do Departamento Pedagógico.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com reivindicações de movimentos associados ao grupo extremista do Estado Islâmico, com uma recrúcar visível desde a última semana de julho.
Segundo o representante, os dados preliminares indicam que mais de 48.000 estudantes e 490 professores naquela província foram afetados, a situação de estar naquele distrito sul da província, cenário de ataques de grupo extremistas desde 24 de julho.
Suále também avançou que, neste momento, a exibição de crianças que não podem realizar as avaliações trimestrais, devido a ataques terroristas, que já causaram mais de 57.000 deslocados no distrito de Chiúre.
Em 21 de junho, pelo menos 117 escolas permaneceram fechadas em vários distritos da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, conforme anunciado na época em que as autoridades locais.
O ministro da Defesa Nacional admitiu na semana passada a preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, acrescentando que as forças de defesa estão no terreno para perseguir os rebeldes armados.
“Como força de segurança, não estamos satisfeitos com o estado atual, já que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às áreas mais distantes do centro de gravidade que assinamos”, disse o ministro Cristóvão Chume a repórteres.
Pelo menos 349 pessoas morreram em ataques por grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, um aumento de 36% em comparação com o ano anterior, de acordo com um estudo divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos da África (ACSS).