Ele nunca passou por sua mente que iria tão longe que teve que assistir ao momento, mas o último cliente saiu pela porta da livraria de Nunes em 19 de abril. Manuel Nunes, que desde 13 de agosto de 1999 teve suas portas abertas em Avenida da Boavista, tomou a matemática e tomou a decisão difícil em 2024: ele teria fechado.
Ele tem 70 anos e disse ser um pouco mais entre as prateleiras da livraria. Mas os trabalhos de Metrobusa conseqüente quebra dos negócios e ver mais dinheiro para sair para obter despesas do que entrar, o levou a desistir. “Quando não precisamos nos conformar”, diz ele.
Os livros apareceram para ele por acaso. Eu tinha acabado de vender uma loja de tabaco (que não existe mais) na esquina da Costa Cabral Street com Álvaro de Castelões, onde tinha dez anos, quando ele tropeçou no que era o estudo da livraria na transgressão. No Millennium Turn, Manuel conseguiu o negócio e deu -lhe seu apelido.
Os últimos tempos venderam livros e últimas reuniões, uma delas com um cliente fiel há dois meses e visitando -o com frequência. Era novo no bairro, diz Manuel. Foi o último a sair, em 19 de abril. No dia 30, depois de embalar, Manuel Nunes entregou as chaves.
Entre inquietação e um luto muito particular, o livreiro encontrou um bem de ar. Um dos clientes por anos comprou para ele todos os Estoque Saia e montará uma biblioteca. “É uma daquelas pessoas que, se fosse esse o caso, até deu a ela os livros, que sabia que ela iria estimá -los”, acrescenta Manuel Nunes. Dê livros a alguém que os dedicou a grande parte de suas vidas, não era uma opção. “Fiquei todo satisfeito. Mais dia, menos dia, me convidará a ir lá para ver a biblioteca.”