Um ator da companhia de teatro A tenda foi agredida na terça-feira, 10 de junho, por um grupo de extrema direita em Lisboa ao entrar em um show com uma entrada de tempo livre na Camões, disse a diretora da empresa, Maria do Céu Guerra.
Falando à LUSA, também a atriz Maria do Céu Guerra disse que eram por volta das 20h, os atores estavam chegando a Cinearte, em Largo de Santos, quando atravessaram a porta “com um grupo de neonazistas com pôsteres, programas”, com várias frases xenofóbicas, que começaram causando um dos atos.
“No entanto, os outros atores estavam chegando. Dois foram provocados e um terceiro foi espancado violentamente, teve um olho ferido, um grande corte na cara”, disse o alter um alter, que disse que o ator em questão teve que receber tratamento hospitalar.
Maria do Céu Guerra disse a Lusa que o show O amor é um fogo que queima sem ver Teria o último reconitar, de um conjunto de seis, às 21 horas, com admissão gratuita, e tinha uma sala cheia, mas não aconteceu. O público apenas abandonou o espaço além das 22h, disse a atriz, que enfatizou que o sucesso não foi pior porque a polícia de segurança pública (PSP) apareceu.
Então, em declarações ao Sic Notítias, o diretor revelou que o ator pode ter sido agredido com uma arma branca, detalhando a extensão da ferida na face. O grupo consistia em cerca de três dúzias de pessoas e o prefeito Lisboeta, Carlos Coins, já foi para o local para mostrar solidariedade com o elenco desta peça.
Maria do Céu Guerra lembrou que o 30º aniversário do ataque a Neo, que matou Alcindo Monteiro: “30 anos depois, este país ainda não organizou uma maneira de se defender dos nazistas”.
“É terrível. E eu tenho o elenco, 14 atores, todos temendo deixando o teatro. E que querem conversar, dar sua opinião, querem dizer o que sentem sobre isso e a proteção que lhes merece”, disse a atriz, que enfatizou o quão vulnerável eles se sentem.
Nas palavras de Maria do Céu War, a tenda é um símbolo de paz, mas para outros ele não sabe o que será.
Na rede social X (ex -Twitter), Mariana Mortágua, coordenadora do bloco esquerdo, condenou o ataque. “Os neo-fascistas atacam os livros, o teatro e os que fazem a cultura. Eles o fazem porque acham que podem. O governo do PSD se afastou do relatório de segurança interna da ameaça da extrema direita. É o maior risco para a nossa democracia. Solidariedade com o teatro de tendas. Vamos à luta”, escreveu o policial.
Também na rede social X, o ex -vice -vice do Partido Comunista português (PCP) António Filipe mostrou “solidariedade total” ao ator agredido: “É urgente acabar com a impunidade dessas associações criminais (aqueles que o governo excluiu do relatório de segurança interna)”.