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Uma família brasileira ficou surpresa ao receber uma carta do Ministério do Interior do Reino Unido, informando que seus filhos, 8 e 11 anos, não tinham o direito de permanecer no país e deveriam retornar apenas ao Brasil. A informação foi divulgada pelo jornal britânico O guardião na quarta -feira (18).
Ana Luiza Cabral Gouveia, NHS Nurse (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) e Hugo Barbosa, professor de ciência da computação da Universidade de Exeter, moram no país desde 2019, onde as crianças crescem. De acordo com o ministério da carta, os pais podem continuar vivendo e trabalhando legalmente no Reino Unido.
O caso gerou enorme angústia para a família, que nunca imaginou passar por essa situação. Gouveia, comentando a decisão do jornal, expressou sua surpresa e indignação: “Nunca imaginei que algo assim aconteceria. Isso me faz sentir como meus filhos”.
De acordo com o O guardiãoa carta alerta que, se o filho de 11 anos continuar no país sem permissão, ele poderá ser preso, processado, tiver o direito de trabalhar ou alugar uma propriedade retirada e até perder a carteira de motorista. As crianças, que não falam português fluentemente, enfrentam uma situação de incerteza emocional devido ao possível retorno ao Brasil.
A criança mais velha foi aceita em uma “escola de gramática”, uma escola pública que requer exame para admissão, mas com a ordem de retorno ao Brasil, ela sentiria falta dessa oportunidade. Barbosa também expressa preocupação com o impacto que a decisão teria na estabilidade emocional das crianças, observando que se ele e sua ex-esposa ainda fossem casados, a situação seria diferente.
A família começou a enfrentar dificuldades com o Ministério do Interior após o divórcio de seus pais. Gouveia obteve um novo visto de um trabalhador qualificado em 2022, mas ainda não pode solicitar a residência permanente, o que complicou ainda mais a situação, pois ela não teria permissão automática para retornar ao Reino Unido se fosse ao Brasil.
Para ela retornar à ilha britânica, seria necessário passar novamente pelo processo de imigração, e isso pode ser demorado. Barbosa obteve permissão de residência permanente em 2024.
O Ministério do Interior justificou que, de acordo com as regras, ambos os pais devem ser residentes permanentes ou cidadãos britânicos para que as crianças possam permanecer no país. No entanto, o processo de obtenção de residência permanente pode levar anos para Gouveia devido ao tipo de visto que possui.
Em um comunicado, um funcionário do Ministério do Interior relatou que, devido à ausência de “razões graves ou convincentes”, o pedido permanente de residência permanente do garoto foi rejeitado.