terça-feira, julho 22, 2025

Não aprendemos nada com a história

- Advertisement -spot_imgspot_img

No meu último texto, abordando como a revisão da lei de nacionalidade passou da agenda de chegada para uma prioridade do governo, prometi retomar a discussão sobre qual seria a estratégia mais apropriada para os partidos democratas lidam com a ameaça extremista. Este tema não é novo nem exclusivo de Portugal. De fato, somos apenas um exemplo de uma tendência mais ampla que está colocando em risco as democracias liberais.

De fato, não é a primeira vez que vimos ataques com base em regimes pluralistas, que parecem ser indomáveis. Obviamente, existem aspectos específicos do momento presente, mas infelizmente existem muitos paralelos com as circunstâncias experimentadas há cem anos no período entre as guerras.

Quando olhamos para trás, conhecemos as histórias do fim da República de Weimar, a marcha sobre Roma e a Guerra Civil Espanhola – três exemplos dramáticos do colapso dos regimes liberais. Ou seja, sabemos como esses regimes falharam e como as instituições democráticas foram substituídas pela autocracia. No entanto, os exemplos de sucesso, democracias que, mesmo enfrentando ameaças extremistas, conseguiram resistir.

Nesse sentido, recupero um artigo do cientista político italiano Giovanni Capoccia, publicado em 2001, intitulado Defenda a democracia: reações ao extremismo político na Europa entre guerras. Quase vinte e cinco anos depois, vale a pena ler. O exercício é fundamental: em vez de estudar os regimes que eles evoluíram em autocracias, Capoccia procurou identificar os fatores que permitiram que algumas democracias resistissem às ameaças extremistas.

Analisando cuidadosamente a história política de três democracias que sobreviveram na década de 1930 – Bélgica, Tchecoslováquia e Finlândia – mesmo com a presença de partidos extremistas com forte representação parlamentar, a Capoccia conclui que a chave do sucesso foi a resposta estratégica dada pelos chefes de estados e partidos democratas.

Veja  Montenegro procura proteger parte de sua demonstração de resultados

A eficácia dessas estratégias residiu invariavelmente na capacidade dos presidentes ou reis de usar sua margem de autonomia para tomar decisões contrárias aos interesses dos partidos extremistas e, igualmente importantes, na firmeza da parte do centro e do centro-esquerdo para não coalizar com os extremistas direito ou esquerdo, nem para incorporar sua agenda.

Os casos estudados revelam um dilema crucial: os partidos moderados formam uma frente comum contra o Partido Extremista em ascensão, enfrentando-o como inimigo do sistema democrático, ou colocam seus interesses eleitorais e políticos de curto prazo em primeiro lugar, abandonando o espaço de consenso. Quando os partidos moderados adotam uma posição centrífuga, cedendo às reivindicações de extremistas e adotando suas causas e idiomas, eles acabam perdendo espaço para extremistas e acabam contribuindo para o declínio do regime democrático.

Hegel, ao refletir sobre seu Filosofia da históriaEle escreveu em uma afirmação conhecida de que “nações e governos nunca aprenderam nada com a história e nunca agiram de acordo com as lições que eles poderiam ter tirado”. O exemplo português está lá para demonstrar, mais uma vez, que a melhor maneira de repetir erros passados ​​é simplesmente não conhecer a história.

O autor escreve de acordo com o novo acordo ortográfico

Últimas Notícias
- Públicidade -spot_img
Notícias Relacionadas
- Advertisement -spot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaque Global
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.