Astronomia
O evento GW231123 abre novas fronteiras na compreensão da física espacial e estelar
por Leopoldo Benacchio
A fusão de dois enormes buracos negros, a mais importante e massiva dos mais de 300 até agora revelados pelas três grandes antenas gravitacionais existentes nos EUA, LIGO, Japão, Karma e também por nós na Itália, Virgem, perto de Pisa. Tudo aconteceu em 23 de novembro de 2023, quando o sinal atravessou as antenas por um único décimo de segundo. Demorou um ano e meio para analisar os sinais e chegar a um nível de segurança que pode permitir apresentar à comunidade mundial.
Esta é a notícia, mas tentando entender um pouco melhor esse fenômeno notável, que a partir de hoje se pergunta decisivamente os milhares de físicos interessados, enquanto isso podemos dizer que o evento, que foi rotulado com o nome de GW231123, foi gerado por dois “progenitores”, grandes buracos negros: respectivamente 100 e 14 vezes que 14 vezes. Ao mesclar um único buraco negro com massa igual a 225 vezes a do sol.
A massa de matéria que está faltando no relato aritmético, 15 massas solares, foi convertida em energia, de acordo com a famosa fórmula de Einstein: E = MC2. Essa quantidade era tão grande e emitida em uma fração do segundo que criou as ondas gravitacionais capturadas então pelas antenas terrestres. 225 vezes a massa do sol faz desse novo fenômeno o mais importante já observado, o anterior foi de fato o sol, diz, 140 vezes a massa solar, em 2021.
A maioria dos buracos negros é formada quando grandes estrelas esgotam o combustível nuclear e colapsam em si mesmas, formando objetos tão densos que, às vezes, podem se deformar- o espaço-tempo a tal ponto que criam uma área com uma borda, chamada horizonte dos eventos, dentro dos quais nem a luz pode escapar.
Na verdade, estamos acostumados a pensar no espaço e no tempo como entidades que existem em si, uma casa é uma palavra pobre, um volume em que vivemos e colocamos móveis e muito mais. Mas esse não é o caso se pensarmos no universo, nos últimos cem anos, a partir de Einstein, sabemos que o espaço-tempo existe de acordo com as massas encontradas, como se tivéssemos a ver com um tecido do qual a trama e a urdidura são deformadas, por exemplo, pela presença do sol e da terra.